Recentemente, o governo federal anunciou mudanças significativas no Benefício de Prestação Continuada (BPC), um benefício assistencial pago pelo INSS. As alterações visam ajustar os critérios de concessão, com foco nas pessoas com deficiência e idosos em situação de vulnerabilidade. A principal novidade é que a aposentadoria de membros da família passará a influenciar o cálculo da renda familiar, o que pode afetar a elegibilidade para o benefício. Além disso, novas exigências como a atualização cadastral e a biometria têm como objetivo garantir maior controle e eficiência no processo.
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O que muda no BPC?
A reformulação das regras do BPC traz alterações consideráveis para quem depende deste benefício assistencial.
A principal mudança envolve o uso da renda de aposentadoria ou pensão de familiares, o que deve impactar diretamente a análise de elegibilidade para o benefício.
Renda familiar e a influência da aposentadoria
Antigamente, o BPC considerava apenas a renda do solicitante e de seus cônjuges ou companheiros para determinar a necessidade do benefício. Com as novas regras, a renda de outros membros da família que moram na mesma residência também será considerada. Isso inclui a renda de filhos, enteados e irmãos, sejam casados ou solteiros.
Adicionalmente, a aposentadoria e a pensão de familiares que residem com o solicitante voltam a ser levadas em conta. A medida foi implementada para garantir que o BPC continue sendo direcionado a quem realmente precisa, ajudando a aliviar a pressão sobre as contas da Previdência Social.
Quem pode solicitar?
O Benefício de Prestação Continuada é destinado a pessoas com deficiência e idosos de famílias com renda per capita inferior a um quarto do salário mínimo.
As pessoas com deficiência devem ser aquelas que enfrentam impedimentos físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais de longo prazo, que as impossibilitem de participar plenamente da sociedade.
Novas exigências
A revisão do BPC também implica em novas exigências para os solicitantes. O cadastro no Cadastro Único (CadÚnico) precisa ser atualizado, e a documentação deve ser apresentada de forma precisa.
Aqueles que não atenderem às novas exigências, como a atualização dos dados e a realização de cadastro biométrico, podem ter seu pedido de BPC suspenso.
Impacto das mudanças no pagamento do benefício
A medida visa otimizar o uso dos recursos públicos, estimando uma economia de R$ 12 bilhões até 2030.
Ao incluir a renda da aposentadoria no cálculo da elegibilidade para o BPC, o governo federal tenta garantir que o benefício seja destinado apenas àqueles que não possuem outra fonte de renda capaz de prover suas necessidades básicas.
O papel da biometria e da atualização cadastral
Desde 1º de setembro, a biometria passou a ser uma exigência para a concessão do benefício. O INSS está validando os pedidos de BPC com base nos registros biométricos de documentos como o RG, título eleitoral e a CNH.
Aqueles que não cumprirem com essa exigência terão seu pedido suspenso até que a regularização seja feita. Essa medida visa aumentar a segurança e a precisão no processo de concessão.