As deficiências ocultas, também chamadas de invisíveis, afetam milhões de brasileiros, mas, ao contrário de outras deficiências, elas não são visíveis. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência, e um grande número delas é do tipo que não pode ser identificada à primeira vista.
Essas condições são frequentemente subestimadas e muitas vezes negligenciadas, o que intensifica a discriminação enfrentada por quem sofre com elas.
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O que são as deficiências ocultas?
As deficiências ocultas envolvem condições que, embora sem sinais visíveis, podem afetar de maneira intensa o cotidiano de quem as vivencia. Como exemplo, temos o TEA, transtornos de aprendizagem como a dislexia, e condições neurológicas e autoimunes, como a esclerose múltipla e o Parkinson.
Essas deficiências podem ser difíceis de reconhecer, e, por isso, quem as enfrenta muitas vezes é tratado com desdém ou falta de compreensão.
Para ajudar a lidar com essa falta de visibilidade, iniciativas como o cordão de Girassol, criado no Reino Unido em 2016, têm sido adotadas em várias partes do mundo, incluindo o Brasil. Este cordão discreto serve para identificar pessoas com deficiências não visíveis e sinalizar que elas podem precisar de suporte em algumas situações.
Principais tipos de deficiências ocultas
Algumas das deficiências ocultas mais comuns incluem:
- Transtornos do Espectro Autista (TEA): Condições neurológicas que afetam a comunicação e o comportamento;
- Deficiências auditivas leves a moderadas: Pessoas que possuem perda auditiva, mas que não é visível a olho nu;
- Transtornos de aprendizagem: Como a dislexia, que impacta a capacidade de aprender e processar informações;
- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Afeta a capacidade de concentração e controle de impulsos;
- Doenças neurológicas: Como a epilepsia e o Parkinson, que podem não ser imediatamente evidentes, mas afetam as funções do corpo;
- Doenças autoimunes graves: Como a esclerose múltipla, que pode causar uma série de sintomas invisíveis.
A ação do SUS no apoio às deficiências ocultas
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza recursos para todos os tipos de deficiência, incluindo as ocultas. O SUS oferece diagnóstico e acompanhamento médico especializado, incluindo médicos neurologistas e psiquiatras, conforme a necessidade de cada caso.
Além disso, é possível obter tratamentos medicamentosos e participar de programas de reabilitação e terapias específicas, como fisioterapia, psicoterapia e fonoaudiologia.
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são uma das ferramentas importantes do SUS, oferecendo suporte especializado para aqueles que enfrentam doenças mentais graves, como esquizofrenia e transtornos psiquiátricos.
O papel das campanhas de conscientização
Dezembro é um mês de conscientização sobre as questões relacionadas à saúde e à inclusão, destacando o Mês Internacional da Pessoa com Deficiência. Essa é uma oportunidade para refletirmos sobre os desafios enfrentados por aqueles com deficiências ocultas e a importância de promover um ambiente mais acessível e inclusivo.
A conscientização sobre essas deficiências invisíveis é crucial para garantir que as pessoas com condições como TEA e TDAH sejam compreendidas e apoiadas, especialmente em contextos como aeroportos e eventos públicos, onde a identificação através de cordões de Girassol pode fazer toda a diferença.