A inflação continua a ser um tema sensível para os brasileiros, especialmente quando analisamos o impacto nos alimentos e bebidas. Apesar da desaceleração no IPCA-15, índice que serve como prévia da inflação oficial do país, os preços desses itens registraram uma alta acumulada de 8% em 2024.
Essa disparidade evidencia como determinados setores têm dinâmicas próprias, muitas vezes influenciadas por fatores sazonais, logísticos e de consumo.
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Alimentação no domicílio lidera os aumentos
Os dados do IBGE destacam que a alimentação no domicílio foi a principal responsável pelo aumento nos custos de alimentos, com uma variação de 1,56% apenas em dezembro.
Produtos básicos como óleo de soja e carnes figuram entre os principais itens que puxaram os preços para cima. Essa alta reflete desafios na cadeia de produção e distribuição, além da influência de preços internacionais.
Enquanto isso, a alimentação fora do domicílio também teve impacto relevante, com uma aceleração de 1,23%. A tendência indica que, apesar da desaceleração no índice geral, os brasileiros continuam enfrentando dificuldades no acesso a produtos e serviços alimentícios.
Energia elétrica: um alívio temporário
Por outro lado, o grupo Habitação trouxe um alívio, especialmente devido à redução nas tarifas de energia elétrica residencial, que recuaram 5,72% em dezembro. A mudança da bandeira amarela para a verde, quando não há cobrança adicional, foi decisiva para esse resultado.
O alívio nas contas de luz contribuiu para uma queda de 1,32% no grupo Habitação, a maior entre os segmentos pesquisados no mês.
Inflação geral e o teto da meta
Mesmo com o impacto positivo da energia elétrica e a influência da Black Friday no varejo, que moderou alguns preços em dezembro, o IPCA-15 acumulado de 2024 encerrou em 4,71%. Esse valor ultrapassa o teto da meta de inflação estipulado pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual.
O cenário força o Banco Central a justificar o descumprimento da meta, já que os preços seguem pressionados em setores essenciais, como alimentos e bebidas.
Perspectivas para 2025
Com o aumento no custo de vida, as atenções se voltam para o Banco Central e possíveis ajustes na política monetária, como elevações na taxa Selic.
Além disso, a recuperação econômica e as políticas de incentivo ao consumo serão determinantes para aliviar o peso no bolso dos brasileiros.