O Brasil deu um passo importante na atualização do calendário de vacinação infantil ao substituir a tradicional vacina oral contra poliomielite pelas doses injetáveis.
A medida, válida desde 2025, reflete o compromisso do país em aderir às melhores práticas internacionais e proteger as crianças de forma mais eficaz contra a poliomielite, conhecida como paralisia infantil.
Com essa mudança, o objetivo é garantir maior segurança vacinal e ampliar os índices de imunização, em um contexto de queda das coberturas nos últimos anos.
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Mudanças no calendário vacinal
Desde 2025, crianças com 2, 4 e 6 meses de vida recebem exclusivamente a vacina injetável (VIP) contra a poliomielite. Além dessas doses, foi incluído um reforço também injetável aos 15 meses, substituindo definitivamente a vacina oral poliomielite (VOP).
A segunda dose de reforço, antes aplicada aos 4 anos, deixou de ser necessária, pois o esquema atual com quatro doses já garante proteção suficiente contra a doença.
A decisão de eliminar a vacina oral do calendário foi baseada em estudos que apontaram riscos associados ao vírus atenuado presente na VOP, especialmente em locais com condições sanitárias precárias.
Segundo o Ministério da Saúde, a adoção exclusiva da vacina inativada segue recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de órgãos técnicos internacionais.
Por que abandonar as gotinhas?
A substituição das gotinhas pela vacina injetável tem como objetivo prevenir casos raros de pólio derivados da própria vacina oral. Embora eficiente no passado, a VOP pode gerar complicações em contextos de saneamento básico deficitário.
A OMS recomenda seu uso apenas em situações de surtos, como o registrado na Faixa de Gaza em 2023, onde um bebê de 10 meses foi diagnosticado com poliomielite após não receber as doses previstas.
No Brasil, a última notificação de pólio ocorreu em 1989, mas a queda nas coberturas vacinais acendeu o alerta. Em 2022, apenas 77,19% das crianças foram vacinadas, bem abaixo da meta de 95% estipulada pelo Ministério da Saúde.
O papel da vacinação no Brasil
O Ministério da Saúde reforça que a imunização é uma das estratégias mais eficazes para preservar a saúde pública, prevenindo doenças graves e reduzindo a transmissão de agentes infecciosos. O calendário vacinal brasileiro contempla 19 vacinas, protegendo contra doenças como sarampo, rubéola, tétano e coqueluche, além da poliomielite.
Coordenado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), o sistema busca alcançar altas coberturas vacinais para garantir a proteção individual e coletiva da população.
A vacinação é ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todas as faixas etárias, incluindo crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.