O crédito consignado destinado a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passará por mudanças importantes. Uma reunião extraordinária do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) está prevista para discutir um aumento no teto de juros da modalidade.
Essa alteração vem em resposta ao aumento dos juros no Brasil, o que torna o crédito consignado uma operação financeiramente difícil para bancos e instituições financeiras. O cenário de alta nos juros impacta diretamente a viabilidade dessa linha de crédito, afetando quem depende desse tipo de empréstimo.
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Contexto econômico e o impacto no crédito consignado
O crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS teve uma trajetória de queda no teto de juros em 2023, mas desde junho de 2024, essa taxa se estabilizou em 1,66% ao mês, mesmo com o aumento da Selic de 10,50% para 12,25%.
Os juros futuros, que refletem o custo de captação para empréstimos de longo prazo, dispararam no fim de 2024, afetando ainda mais a viabilidade financeira dessa modalidade de crédito.
Os bancos, preocupados com o custo elevado da captação de recursos, enfrentam um spread de 0,51% nos empréstimos consignados, o que torna a rentabilidade negativa.
Em um cenário onde os custos operacionais e a inadimplência representam desafios adicionais, a oferta desse produto se torna cada vez mais inviável, resultando na suspensão de sua concessão por algumas instituições financeiras.
O que os aposentados e pensionistas devem esperar?
A principal mudança que se desenha é o aumento do teto de juros do crédito consignado, medida que deve ser deliberada na reunião do CNPS. A decisão se torna necessária à medida que as condições econômicas tornam a operação menos atraente para os bancos.
O aumento no teto de juros, portanto, deve ser uma resposta à conjuntura de alta nas taxas de juros, ajudando a viabilizar o crédito consignado, mas com custos mais elevados para os tomadores.
O papel do Conselho Nacional de Previdência Social
O Conselho Nacional de Previdência Social, composto por membros do governo, trabalhadores e empregadores, será responsável por definir a medida final.
Em reuniões anteriores, apesar das pressões dos representantes do setor bancário, a maioria dos conselheiros decidiu manter o teto, destacando que, mesmo com a alta da Selic, as concessões de crédito consignado ainda não haviam sido impactadas.
O CNPS, portanto, busca equilibrar as necessidades dos aposentados e pensionistas com a realidade econômica do país.